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O FILME

As transformações do clima na voz das mulheres indígenas da Amazônia

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O documentário Quentura, que será exibido no próximo dia 19 de setembro, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, mostra as percepções e experiências que estas mulheres estão vivendo em função das mudanças no clima, que afeta suas roças, sua alimentação e seu modo de vida na floresta.

 

Embora pertençam a diferentes etnias, todas têm em comum a mesma percepção: o clima mudou e está ameaçando seus modos de vida. Algumas dizem que está quente demais, abacaxis e  bananeiras apodrecem antes da colheita, pimenteiras secam e morrem. Incêndios florestais que duram meses seguidos destroem áreas ricas em biodiversidade.  Ao longo de 36 minutos, percorremos as Terras Indígenas do Rio Negro (AM),  Yanomami (AM) e Kaxinawá do Rio Jordão (AC) guiados pelos delicados depoimentos de mulheres indígenas sobre as mudanças que já estão vendo na floresta, na água e na produção dos alimentos.

 

Por que as mulheres?

 

“Porque raramente elas são ouvidas e seus conhecimentos são pouco valorizados”, responde Mari Corrêa. “Elas têm um papel fundamental na manutenção dos modos tradicionais de uso dos recursos naturais a partir de suas vivências e saberes”, explica.  Sinéia do Vale, completa: “São elas que manejam as roças, que lidam diretamente com a floresta no seu cotidiano, onde coletam frutos, sementes, palhas, cipó. Ao trabalhar com artesanato, com a medicina tradicional, com a plantação na roça, elas estão muito atentas ao ciclo do tempo e às  transformações em curso”

 

Mulheres da terra, mulheres protagonistas

 

O filme revela a delicada teia formada pelos seus conhecimentos e práticas que fazem com que as florestas nas Terras Indígenas se mantenham vivas, preservadas.  “Tem conhecimentos que só a mulheres indígenas tem, e isso precisa ser respeitado e valorizado, diz Francisca Oliveira do povo Shawandawa.

 

O cuidado com a roça é atribuição das mulheres e isso passa por uma relação estreita entre elas e as plantas que cultivam. Exemplos muito sensíveis registrados no documentário são os cumprimentos que as indígenas do Rio Negro fazem às manivas quando chegam à roça. “Elas são gente”, diz uma das mulheres. “Quando não fazemos fogo elas ficam tristes. Se as queimamos de qualquer jeito elas choram”, diz outra.  Apesar de o trabalho na roça ser duro e pesado, é dessa forma que as mulheres se referem às plantas de suas roças e quintais.

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